terça-feira, 16 de dezembro de 2014

NAVEGANDO PELO PACÍFICO - CHILE

 

 

Arica

A cerca de 20  milhas de Arica, a Capitania da Armada Chilena chamou pelo rádio a embaração nas coordenadas informadas. Éramos nós. Respondi, informei provavel hora de chegada, nos desejaram boas vindas e colocaram-se à disposição. Já comecei a gostar do controle deles.  Chegamos no Club de Yates Arica pelas 20:00 horas, vimos uma poita vaga e amarramos o Guga Buy. Acercou-se de nós uma pessoa que estava pescando. Era o vigia do clube. Aproveitava a vigilia para pescar seu peixinho.

Apoitados, informamos à Capitania nossa chegada, disseram que em pouco tempo iria a bordo o pessoal para vistoria. Em menos de uma horam chegaram cinco pessoas, num bote. Armada Chilena, Inspeção Sanitária, Polícia Federal, Imigração e Ministério da Agricultura. Os cinco entraram ao mesmo tempo no Guga Buy e iniciaram os procedimentos. Documentos p’ra cá, documentos p’ra lá, perguntas, vistorias visuais. Como os documentos tinham que ser vistos e anotados por todos, um ajudava ao outro, ditando dados. Não aceitaram nenhuma bebida que oferecemos. Pereceu levarem a serio seu trabalho.

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Ao sairem, o fiscal sanitário disse que no dia seguinte deveriamos passar num endereço que forneceu, para pagar uma taxa. Não informou o valor. Fiquei preocupado, lembrando o que pediram no Peru. Pelo menos no Chile nao foi necessário a contratação de agente.

Dia seguinte, fomos ao endereço indicado pelo fiscal. Uma jovem nos atendeu, não sabia de que se tratava, telefonou, informaram o que era e qual o valor e ela fez uma cara assustada, pediu para repetir. Ao informar o valor, disse, com ar pesaroso, que era muito alto. Realmente alto. US$400,00. Tudo isso para anotar no documento que não havia ninguém doente a bordo. Sem exames, sem consulta, sem nada. Só na conversa. Aí sim, quase fiquei doente!

Afora isso, ficamos encantados com Arica. Cidade de porte médio, agradável. pessoas simpátcas e hospitaleiras. Fomos até o Clube para dar entrada, US$20,00 por dia. O gerente muto prestativo, nos deu todas as infornações necessárias sobre a cidade.

O visual a partir do clube era do Morro de Arica. Este  morro já sofreu ação de terremotos, é utilizado por suicidas e possui, no alto, um Cristo, com os braços levantados, não abertos como o Redentor. Dizem que é para dar  boas vindas aos visitantes.

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Do alto do morro, vislumbra-se grande parte da cidade, o porto, o Club de Yates.

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Tomamos um taxi para conhecera região. O motorista, DSC00907 fã inveterado de Ayrton Sena – gostava tanto dele que escreveu-lhe uma carta, recebendo, de presente, um boné autografado, emocionando-se ao falar da morte prematura dele – levou-nos para conhecer o deserto de Azapa, na zona rural da cidade. Lá plantam-se hortaliças, frutas, etc…, que abastecem a cidade. Mais tarde, através do próprio, ficamos sabendo que nosso amigo Jean Castro, companheiro de navegações, foi o engenheiro que implantou um sistema de irrigação naquele local.

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Certo dia estavamos no pier do clube abastecendo de água, um casal acercou-se, olhando curiosmente o Guga Buy. Conversamos com eles, eram velejadores, tinham um veleiro mas nunca haviam saido das redondezas. Convideio-os para entrar e conhecer o Guga Buy, disseram da sua vontade de velejar mais longe, talvez dar a volta ao mundo, Ele, Eduardo, era gerente de um banco local. Ela, Vivi, trabalhava em outro banco. Então, como iriamos sair no dia seguinte, convidei-os a navegar conosco até a próxima parada, Iquique. Na hora toparam. Já nos convidaram para, à noite, comer um churrasco na sua casa. Como era hora do almoço, Eduardo (o chileno) encomendou no restaurante do clube um prato na base de frutos do mar e abacate. Comemos a bordo. À tardinha, nos levaram para sua casa e nos apresentaram um amigo deles, Aldo, fabricante de esquadrias de aluminio, que também tinha veleiro e tinha a mesma intenção deles, dar a volta ao mundo. Ambos tinham filhos grandes e gostariam de nos imitar, navegando com o filho. Aldo mostrou interesse em nos acompanhar até Iquique. À noite, com a familia de Eduardo reunida, saboreamos um assado. Adivinhem quem assou? Eduardo, não o dono da casa, mas meu filho.

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Dia seguinte, antes de zarparmos, fui ate a Capitania para os procedimentos de zarpe. Aí foi o ponto negativo. Apesar de me antender bem, uma jovem marinheira, bem bonitinha, preencheu os papeis e autorizou o zarpe. Voltei ao clube, momentos após telefonaram da Capitania para que eu retornasse à Capitania. Fica a cerca de um quilômetro de distância. Voltei, a marinheira bonitinha havia cometido um engano,  e refizeram os papéis. Retornei ao clube, novamente telefonaram da Capitania pedindo que lá voltasse. Novo erro, novos papéis. Aí eu reclamei, pediram desculpas, mas a brincadeira custou-me uma caminhada de cerca de seis quilômertros. Claro que teve o lado positivo,  fiz minha caminhada matinal, “na marra”, mas fiz.

Tudo pronto, os novos tripulantes chegaram, embarcaram e zarpamos para Iquique. A viagem foi com muita comida e muuuuiiiita bebida. Musica, dançaram a bordo, uma alegria incontida. O dia claro e o mar calmo ajudaram.

 

Iquique

Iquique é uma cidade maior que Arica. Conseguimos uma vaga no Club de Yates de Iquique, semi destruído por um terremoto. O aspecto era desolador. O administrador do clube nos disse que, no dia do terremoto, o qual provocou um tsunami, as embarcações que estavam na água, de repernte ficaram sem água sob os cascos. O tsunami puxou a água da baía e a devolveu com força, levando tudo de roldão e danificando inúmeras embarcações. Os pieres também ficaram semi destruídos. Veja aí o resultado do terremoto.

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A água chegou a uma altura de cerca de 1,80 metros, como mostra o administrador do clube, na foto. O escritório do clube fica em dois conteiners, um sobre o outro. A força da água levantou-os, arrancando-os das bases.

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Passamos na Capitania para os procedimentos de entrada e fomos caminhar, para conhecer a cidade.

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Da esquerda para a direita: Eduardo de Atrica, Eduardo Zanella, Vivi e eu.

É tanto terremoto naquela região, que alguns edifícios são dotados de potentes sirenes para alertar a população, a exemplo do que ocorre no Japão.

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Lobos marinhos e pelicanos abundam por lá, ficam tranquilos proximos às pessoas,

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até que aparece um sacana que os enxota, atiçando um cachorro. Saem, mas não sem resistência.

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De Iquique, os tripulantes embrcados em Arica retornaram para sua cidade.  Mas Aldo disse que, após resolver problemas profissionais, voltaria a tripular o Guga Buy.

Quando zarpamos, fizemos o périplo na Capitania para autorizar o zarpe. Auorizados, zarpamos e já estávamos saindo da baía quando nos chamaram de volta, pelo rádio, dizendo ter faltado um procedimento. Voltamos, amarramos o barco num pier e fui saber qual o problema. Pasmem, haviam esquecido de nos cobrar uma irrisória taxa de conservação de faróis, que poderia ser cobrada em qualquer Capitania do Chile. Este fato, mais a caminhada em Arica, embora desagradáveis, não foram  suficientes para deslustrar a admiração pelo cuidado e controle que a Armada do Chile tem com aqueles que navegam em águas chilenas. Pedem que se entre em contato com eles às 08:00 e às 20:00 horas, diáriamente, para informar a posição que o barco se encontra, latitude e longitude para, em caso de emergência, o socorro chegar mais rápido. O navegador se sente mais protegido.

Sanado o percalço burocrático, rumamos para Antofogasta.

 

Anofogasta

É uma cidade de porte maior e, segundo seus moradores, é a terceira mais cara do país.

Ancoramos no Club  de Yates Antofogasta e, no mesmo dia, surgiu uma vaga no pier, onde amarramos o Guga Buy.

Fomos caminhar para conhecer a cidade. O Chile é grande produtor de cobre e observa-se a presença deste metal em decorações de predios e monumenos.

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A área central da cidade é bastante movimentada. Ao fundo, as montanhas desprovidas de vegetação, característica presente em todo o litoral do Peru e norte do Chile.

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Ao entardecer, uma vista do porto que fica ao lado do clube e, ao fundo, a cidade com suas montanhas cor de cobre…

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…e um lindo por do sol emoldurando os veleiros ali ancorados..

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Fomos conhecer os mercados públicos da cidade. Eram dois, um no centro da cidade, grande, variado, com restaurantes e outro, próximo ao clube, de frutos do mar, com lanchonetes, onde comemos pastel de marisco e ceviche. Ao lado deste, haviam tendas que vendiam antiguidades. Aliás, a venda de antiguidades é comum em cidades do Chile.

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Em Antofogasta, nosso amigo Aldo, de Arica, retornou à tripulação do Guga Buy. Zarpamos, com previsão de parada em Coquimbo, próximo de La Serena. Entretanto, nas proximidades da cidade de Caldera, uma onda arrancou as lentes de sinalização de navegação da proa. Entramos em Caldera, ancoramos numa marina lá existente e saimos para comprar a sinalização que a onda levou. Conseguimos lampadas de led de alto brilho numa loja e  lentes verde e vermelha de automóvel em outra. O Eduardo, ao estilo McGiver, as adaptou. Estão até hoje.

Abaixo, uma vista da baía de Caldera com seu monumento aos golfinhos e o equipamento de alerta para tsunamis.

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Coquimbo e La Serena

Saimios de  Caldera e, após dois dias de navegação, chegamos em Coquimbos, num dia ensolarado, transparente.

Baía de Coquimbo.

Fomos muito bem recebidos no Club de Yates pela gerente, que nos orientou e, inlusive, fez o procedimento de entrada junto à Capitania, pois alguns clubes tem esta prerrogativa, o que auxilia os navegantes, evitando a ida até a Capitania.

Não nos cobraram estadia.

Devidamente ancorados, fomos de taxi conhecer La Serena, ali próximo. Como bons turistas, fomos conhecer o mercado público local e uma parte da cidade. Uma alameda abrigava diversas réplicas de esculturas de artistas famosos. Ruas movimentadas e comércio bastante intenso.

La Serena.

La Serena.

La Serena.

La Serena.

Uma parada para um cafézinho e leitura de um jornal local.

La Serena.

À noite, jantamos no restaurante do Club de Yates, em Coquimbos. A garçonete, Camila, ensinou-me a fazer pisco sour. Anotei a receita e passo para meus leitores: 2 doses de pisco; 1 dose de limão; 2 colheres rasas de açucar de confeiteiro; uma pequena porção de clara de ovo, adicionada no final. Bater com gelo na coqueteleira. Olha ela aí preparando.

Coquimbo. Camila ensinando a fazer pisco sour.

Valparaiso

Dois dias após zarpar de Coquimbo, chegamos em Valparaiso. Fomos diretmente ao Iate Clube local, mas como chegamos à noite, dormimos ancorados próximo à entrada do clube, num mar mexido, pois as ondas não permitiam o acesso ao estreito canal que dá acesso ao clube, ainda mais à noite. Dormimos desconfotavelmente.

De manhã, o mar acalmou, entramos no canal e amarramos o Guga Buy no pier. O clube é simpático, conhecemos alguns membors da diretoria que nos colocaram bem à vontade durante nossa estadia. Inclusive, nos presentearam com uma cópia xerográfica, feita no próprio, clube de um guia dos canais chilenos, pois é um livro dificil de conseguir.

A intenção era deixar o Guga Buy hibernando lá, em Valparaiso, mas o valor cobrado era muito alto (US$50,00 por dia), assim como em Viña del Mar, ao lado. Então telefonamos para Valdivia e acertamos deixar lá o barco, bem mais em conta e berm mais próximo do Estreito de Magalhães, nossa meta. Isso apesar de a diretoria do Iate Clube ter feito esforço para que lá deixassemos o veleiro, baixando o preço. Mas o de Valdivia era muito menor. Aliás, em Valparaiso muitos serviços são caros, como os taxis, por exemplo.

O Iate Clube de Valparaiso é pequeno, mas muito agradável e bem protegido,  pessoal do clube simpáticos e atenciosos. Vale registrar que ficamos lá dois dias e nao nos cobraram a estadia.

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Como em Valparaiso não havia abastecimento de combustivel no Iate Clube, nem posto de combustivel na beira do mar, zarpamos em direção a Valdivia e paramos em Algarrobo,  em cujo Iate Clube havia abastecimento.

Quando chegamos, a garotada estava treinando em seus optimists. O Iate Clube de Algartrobo, como o de Valparaiso, é protegido por molhes feitos com peças de concreto,  que dá conforto e segurança para as embarcações lá docadas.

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Barco abastecido, rumamos para Valdívia, com previsão de três dias de navegação. Pouco antes de chegarmos na foz do Rio Valdívia, fomos brindados com um nascer do sol delumbrante. Ali, nosso amigo Aldo desembarcou e retornou para Arica.

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Falarei sobre Valdivia em outro post.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

NAVEGANDO PELO PACIFICO - PERU

 

Já estávamos em águas peruanas quando um helicoptero sobrevoou o Guga Buy, dando voltas e parando no ar, ao nosso lado. Não possuia nenhuma identificação. Ficamos olhando um para o outro, bati uma foto deles, bateram uma foto nossa, acenaram e foram embora. Não tenho a minima idéia de quem eram.

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Entramos numa baía denominada Chimbote, para descansar e tentar comprar combustível. Chamamos pelo rádio a autoridade marítima, esclarecendo o motivo de nossa parada e pedimos quer nos indicasse um local para fundear. O operador do rádio informou que lá era muito perigoso, tínhamos que ter o máximo de cautela. À vista disso, abortamos a ancoragem e seguimos em frente. Não valia a pena ficar toda a noite preocupado. Entretanto, ao entrar na baía, fomos obsequiados com um magnífico por do sol.

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Quando passávamos pela baía de Sechura, paramos para consertar um rasgo na vela grande. Como já havíamos informado a radio costeira de nossa intenção, já fomos abordados por um militar da Capitania local, que fez os procedimentos necessários. Chegou até nós com um bote de um pescador.

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Após os procedimentos, oferecemos aos dois cachaça brasileira (Sagatiba). Beberam dois martelinhos cada um, num gole só. Gostaram. Ficaram longo tempo conversando conosco – depois da cachaça a conversa ficou mais animada – e então ficamos sabendo, dentre outras coisas, que lá extraem fosfato dos morros, e quem o faz é uma empresa brasleira.

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Logo após sairem, recebemos a vista de pelicanos, numerosos  naquela região.

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Chegamos em Callao, próximo a Lima no dia 22 de abril, com forte neblina, visibilidade de menos de 100 metros. Devagarinho, chegamos nas bóias do Iate Clube Peruano, amarramos na primeira bóia disponivel e informamos nossa chegada à autoridade portuária, bem como ao clube, que mandou um funcionário, o qual nos indicou outra bóia que podíamos amarrar.

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Como já expliquei em post anterior, alguns países exigem a contratação de um agente (despachante), para proceder à imigração e outras papeladas. O Peru é um deles. O Iate Clube Peruano, então, mandou até nós um agente. Explicou-nos os procedimentos necessários mas, quando falou em valores, aí o bicho pegou. Disse que teríamos que pagar a importância de US$ 1.300,00, isto mesmo, um mil e trezentos dólares americanos para fazer os procedimento (com valor menor, voariamos do Brasil ao Peru). Explicou que somente o certificado sanitário do barco custaria U$ 700,00. Isso que o Guga Buy é limpinho e não havia ninguém doente. Expliquei que ficaríamos somente uns quatro dias no país. Não mudou nada. Então, desistimos de ficar em Lima.

Mas, necessitávamos de combustível para seguir viagem. Aí a confusão aumentou.Chamei pelo rádio a autoridade portuária que mandou falar com o Comodoro do Clube. A partir daí, as tratativas para o abastecimento foram feitas pelo agente, por telefone. Pelo que depreendi das conversas do agente, o Comodoro não queria vender combustível sem autorização da Capitania. Muito estranho! Percebi que a discussão girava em torno de se podíamos sair do país, sem dar entrada. Ocorre que, pela desistência de permanecer em Lima, pelos abusivos preços cobrados, não ocorreu entrada legal, documental. Não entendi a preocupação. Pareceu-me, também, haver uma discussão sobre quem tem maior autoridade: a capitaia ou a autoridade de tráfego maritimo. E, nessa historia, ficamos como o marisco, entre a onda e a pedra.

Resolvemos continuar a viagem com o combustível que tinhamos, entraríamos no próximo porto para abastecer. Sei que ninguém pode recusar venda de combustível a navegadores, mas não quis polemizar, porque já estava de saco cheio.

O agente que lá estava, que também é velejador, constrangido com a situação e querendo nos ajudar, chamou um amigo seu, marinheiro de um veleiro lá ancorado e pediu para que fosse comprar diesel como se fosse para ele. Lá foi ele, encheu nossas bombonas com 40 galões de combustível. Seguimos viagem.

À noite, o motor do barco falhou. A água não circulava. Fomos verificar, a tubulação que levava água para o filtro  estava cheia de crustáceos, que pareciam camarões ou lagostins. Pela cor, pareciam cozidos. Será que foram cozidos pelo calor do motor?

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Retirados os bichinhos, o motor voltou a refrigerar. Aí fomos observar a água do mar, uma fila de mais de uma milha destes animaizinhos à flor d’água. Nunca havia visto nada igual. E, na mesma coloração dos que entraram pela tubulação. Então não foram cozidos pelo calor do motor.

Com o combustivel adquirido em Lima pelas vias transversas, conseguimos chegar em Paracas, distrito de Pisco, cidade turística do Peru. Entramos na baía à procura de local para abastecimento. Fomos recepcionados por um bando de aves marinhas que seguiam um pesqueiro.

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Fomos chamados pelo rádio por uma pessoa que, além de nos orientar acerca das profundidades no local, nos indicou uma poita para amarrarmos. Aí, vimos a pessoa quer nos chamara, num pier onde havia uma bomba de diesel. Descemos o bote e fomos até ele. Ficamos pasmos. A pessoa que nos orientara, era, nada mais nada menos, do que o gerente de uma sub-séde do…Iate Clube Peruano, aquele que não quis nos vender combustível. Nos recebeu cavalheirescamente, nos provisionou de combustível, de água encanada disponível numa poita, nos alugou a poita que indicara, para passarmos a noite, além do que nos levou, no seu fusca, até a casa de um amigo dele para comprarmos pisco feito artesanalmente. Que o Comodoro do Iate Clube Peruano não saiba disso! Quanta diferença!

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Paracas é uma localidade pequena, muito agradável. Almoçamos no Restaurante El Delfin Dorado e passeamos pelo local.

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Devidamente abastecidos, seguimos viagem. Contornamos o Cerro Dorado e tivemos uma visão fantástica: um candelabro esculpido no morro, pela natureza. Parecia esculpido pelo homem.

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Contornado o morro, o bicho pegou. Vento forte e ondas altas na proa. Foi assim a noite toda. Um saco! Dois dias de navegação, cansados, entramos numa baía para descansar. Informamos à Armada Chilena nossa intenção e nos recomendaram entrar em outra baia, pouco mais adiante, que era mais calma. De fato, a baía de San Juan era muito mais tranquila.

Parecia haver lá uma empresa mineradora, pois havia forte cheiro de fosfato.

Dormimos uma noite e seguimos, saindo da barra com altas ondas e muitos lobos marinhos. Próximo destino: Arica, no Chile.

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