segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CURAÇAO

O vôo para Curaçao, pela empresa Liat, foi assim:  só podíamos despachar uma bagagem, com até 23 quilos e levar uma bagagem de mão. O problema é que tínhamos muito mais bagagem. Então, foi a ginástica para dar aquele “jeitinho brasileiro”, até com a conivência de uma das atendentes. Movimentamos nossos pertences para caber numa mala para cada um. O Eduardo, como tinha umas camisetas velhas, jogou-as fora para dar espaço. Como eu tinha um aparelho médico, que sempre me acompanha, permitiram que eu levasse dois volumes. Se mantivéssemos o excesso de bagagem, teríamos que pagar US$ 92,00 a mais. Com esta grana, compraríamos todas as camisetas que o Eduardo jogou fora e sobraria dinheiro. Claro que com um pouquinho de exagero.

Ao embarcarmos – era uma aeronave pequena – como não havia espaço para nossa bagagem de mão, colocaram-na, sem nenhum custo, no bagageiro da aeronave. Toda aquela trabalheira, por nada.

Esta era nossa bagagem de mão.
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Na chegada em Curaçao, uma turbulência gerou uma gritaria das mulheres – mulher grita à toa –, mas não passou do susto. Chovia muito na ocasião.

Havíamos alugado um carro por telefone, mas o locador, que deveria estar nos esperando no aeroporto, não apareceu. É que informei que o vôo chegaria às doze e trinta, mas ele entendeu duas e trinta. Enfim, após um telefonema ele apareceu. Deixamos o Claudio no Hyatt Hotel, que fica no mesmo complexo da marina Seru Boca, onde estava o Guga Buy e fomos, temerosos, reencontrar nosso veleiro.

Temerosos, porque o Guga Buy estava há seis meses fechado, na água, e não tínhamos a mínima idéia de como estaria seu interior. O convés estava cheio de poeira, por conta de uma pedreira localizada nas proximidades. Ao entrar no barco, a surpresa. Nenhuma umidade no interior, nenhum mau cheiro. As roupas que ficaram no barco não tinham bolor, charutos que eu havia deixado estavam perfeitos. Foi, realmente, impressionante. É o local ideal, no Caribe, para deixar o barco por longo período. Inclusive, é área livre de furacões.

No dia seguinte à nossa chegada, recebemos a chocante notícia de que o Geraldo, do casal Andy e Galdo, havia falecido num acidente em Trinidad. Consegui falar com a Andy, através do skype, quando ela me informou que um dos mastros do veleiro deles, o Baleeiro, que estava sobre cavaletes numa marina, havia caído sobre fios de alta tensão. vitimando quase instantaneamente o Geraldo. Convivemos com este casal durante alguns dias em Trinidad e esta convivência nos mostrou um casal alegre, apaixonado um pelo outro, ecologistas de boa cepa e amantes do mar. Foi uma perda lamentável. Penso que a Andy terá um trabalhão para superar esta perda.

domingo, 4 de dezembro de 2011

TRINIDAD

A tormentosa  chegada em Trinidad foi descrita no post anterior.

Após colocarmos o Amazonas no pier da Marina CrewsInn, fomos fazer a entrada na imigração e customs. Depois, fomos atrás de mecânico para consertar o motor. Por indicação de um amigo francês, o Olivier, que conhecemos na outra estada em Trinidad, procuramos o mecânico Raymond. Ele foi muito solícito e pareceu ser bastante competente. Foi verificar o motor, constatou que, realmente, entrara água pelo escapamento. Já começou a trabalhar e pediu para o Eduardo comprar bastante coca- cola. Realmente, fazia muito calor em  Trinidad e eram três a trabalhar. Foram oito recipientes de dois litros cada. Mas beber toda aquela coca-cola...?  Beber...? Que nada. O cara colocou toda aquela coca-cola no motor. Disse que aquilo serviria para desengripar. Pois não é que funcionou? Dois dias após, retirou a coca-cola e colocou óleo e o motor virou. Coca-cola, em Trinidad, não é só refrigerante, é high tech!!

Outra tecnologia do criativo mecânico: ao dar partida no motor, para ativar a explosão na admissão, sabem o que utilizou...? Inseticida!! Morro e não vejo tudo!

Enquanto estávamos aguardando o conserto  do motor, convivemos com amigos antigos e fizemos amigos novos. Já na primeira noite em que lá estávamos, para não perder o jeito, fizemos um churrasquinho básico à bordo do Amazonas.

A Andy e o Geraldo (Andy e Galdo), um casal fantástico que mora no Caribe já há algum tempo, trabalham com a empresa Mooring, de fretamento de veleiros, e que havíamos conhecido em St. Maarten, no início do ano, estavam com seu veleiro, Baleeiro, numa marina em Trinidad, fazendo manutenção. Olha eles no Amazonas, num papo legal…
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Já no dia seguinte chegou o veleiro Maruja, dos baianos Hugo e Catarina. Aí a atividade etílico-gastronômica aumentou.

A lida com o motor continuou por alguns dias. O motor girava, mas o motor de partida começou a dar problemas. Em vista disso, o Amazonas continua em Trinidad, até a chegada de peças do Brasil.

Chaguaramas é um centro náutico por excelência, incluido manutenção de grandes embarcações. Em vista disso, às vezes vemos cenas como esta abaixo, que pareceu ser um treinamento para combate a incêndios em plataformas. Repare na força dos jatos d'água.


Então, como o Amazonas iria ficar no estaleiro, o jeito foi ir para Curaçao, ao encontro do Guga Buy, via aérea. Fomos eu, o Eduardo e o Claudio Fischer, proprietário do Amazonas, que foi a Chaguaramas para velejar com seu barco, no trecho Trinidad/Curaçao.

Só que não velejou. Voou!!