segunda-feira, 25 de agosto de 2014

CANAL DO PANAMÁ–parte II


Como disse no post anterior, dormimos, com o Guga Buy amarrado a uma poita, no Lago Gatun. Este lago possui uma área de 450 km². Demoramos cerca de seis horas para atravessa-lo, a motor, pois a utilização de velas é proibida. Segundo o pratico, a proibição decorre do cálculo de tempo para chegar na outra eclusa, para não atrasar a travessia.
Pelas 08:00 horas, o prático embarcou e continuamos a travessia.
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A travessia foi assim. como direi, zen! Aguas calmas, visual bonito. Reparem na preocupação do pratico, à direita.
Ao meio dia, como já tinha uma feijoada meio pronta, a servi.  O prático, panamenho que não conhecia nossa culinária, comeu, repetiu e, pela expressão, ficou muito satisfeito. Só não bebeu vinho, pois, como disse, “não bebe em serviço”.
No caminho, passamos por uma draga que, constantemente, draga o lago. Veja só o tamanho dela.
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A passagem pela Ponte das Américas foi marcante, pela importância daquela obra. Como veem nas fotos abaixo, o trafego marítimo estava intenso.
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Assim, chegamos na eclusa Pedro Miguel, com somente uma comporta. Coincidentemente, ficamos, para atravessa-la, a contra bordo do mesmo veleiro Nephele, com o qual atravessamos a eclusa de Gatun que, por sua vez, ficou a contra bordo de um barco de passeios, que cruza o canal com turistas.
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Comporta esvaziando.
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Água já nivelada com o outro lado. A “porteira” já começa a abrir.
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Uma tripulante do Nephele foi “içada” no mastro, para fotografar lá de cima. Até hoje, a danada mão mandou as fotos do Guga Buy feitas daquela posição.
Enfim, chegamos à última eclusa, a de Miraflores, às portas do Oceano Pacifico.
Aqui, vou fazer um parênteses à respeito da necessidade do Canal do Panamá, com a série de eclusas, para ir de um oceano a outro. Compilei da revista Super Interessante, o seguinte:
Por que há um desnível entre o oceano Atlântico e o Pacífico na região do canal do Panamá?
A salinidade da água e a temperatura causam o desnível. Grandes quantidades de sal tornam a água mais pesada ou densa, diminuindo, em consequência, seu volume. Com a temperatura acontece o contrario: quanto mais alta, mais se expande o volume da água. È o que ocorre nas extremidades do Canal do Panamá. “Enquanto no Golfo, do lado do pacifico, a temperatura é mais alta e a salinidade menor, no lado do Mar do Caribe, no Atlântico, a temperatura é mais baixa e a salinidade mais alta. Por esse motivo, o volume de água no lado do Pacifico é um pouco maior, causando um desnível de cerca de 20 centímetros”, disse o oceanógrafo Carlos Leandro da Silva Júnior, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em São José dos Campos, SP.

Então, tá explicado!
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A eclusa de Miraflores possui um mirante, dotado de cinema (no qual é projetada a historia do canal), museu, etc… Tempos atrás, bem antes da travessia, estivemos lá eu, o Jean que nos acompanhou na travessia e outro amigo, Prandin. De lá, víamos os barcos e navios passar e eu imaginava como seria uma travessia do canal com meu barco. Se não foi determinante, ajudou a decidir o retorno ao Brasil pelo Pacífico.
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Ao fundo, o Oceano Pacífico. Observem o desnível.
Eclusa de Miraflores.
Saindo da última eclusa do Canal do Panamá, ingressando no Oceano Pacifico.
Saindo do Canal, fomos até o Balboa Yacht Club, onde desembarcou o prático e devolvemos o material (cabos e pneus), ao agente que organizou nossa travessia.
Como não havia poita disponível no clube, fomos até um ancoradouro chamado Playta, pouco adiante, onde pernoitamos e onde o Jean e Gustavo desembarcaram,
Dia seguinte, telefonamos para o clube e conseguimos uma poita. Ali, ficou bem mais fácil irmos para terra fazer as necessárias compras.
Naquele dia, as baterias do Guga Buy, após quatro anos de uso, fraquejaram, não mantinham a geladeira ligada. O Eduardo as examinou e verificou que duas delas estavam inchadas. Após rápida pesquisa pela internet, compramos quatro baterias novas, de ciclo profundo. Paguei US$ 149,00 cada. A geladeira parou de gemer e, certamente, ficou agradecida.
Dia seguinte desembarcou, também, o Fabiano. Ficamos, então, eu, Eduardo e Yann.
Barco abastecido com combustível e víveres, zarpamos para navegar pelo Pacífico.