segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CURAÇAO

O vôo para Curaçao, pela empresa Liat, foi assim:  só podíamos despachar uma bagagem, com até 23 quilos e levar uma bagagem de mão. O problema é que tínhamos muito mais bagagem. Então, foi a ginástica para dar aquele “jeitinho brasileiro”, até com a conivência de uma das atendentes. Movimentamos nossos pertences para caber numa mala para cada um. O Eduardo, como tinha umas camisetas velhas, jogou-as fora para dar espaço. Como eu tinha um aparelho médico, que sempre me acompanha, permitiram que eu levasse dois volumes. Se mantivéssemos o excesso de bagagem, teríamos que pagar US$ 92,00 a mais. Com esta grana, compraríamos todas as camisetas que o Eduardo jogou fora e sobraria dinheiro. Claro que com um pouquinho de exagero.

Ao embarcarmos – era uma aeronave pequena – como não havia espaço para nossa bagagem de mão, colocaram-na, sem nenhum custo, no bagageiro da aeronave. Toda aquela trabalheira, por nada.

Esta era nossa bagagem de mão.
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Na chegada em Curaçao, uma turbulência gerou uma gritaria das mulheres – mulher grita à toa –, mas não passou do susto. Chovia muito na ocasião.

Havíamos alugado um carro por telefone, mas o locador, que deveria estar nos esperando no aeroporto, não apareceu. É que informei que o vôo chegaria às doze e trinta, mas ele entendeu duas e trinta. Enfim, após um telefonema ele apareceu. Deixamos o Claudio no Hyatt Hotel, que fica no mesmo complexo da marina Seru Boca, onde estava o Guga Buy e fomos, temerosos, reencontrar nosso veleiro.

Temerosos, porque o Guga Buy estava há seis meses fechado, na água, e não tínhamos a mínima idéia de como estaria seu interior. O convés estava cheio de poeira, por conta de uma pedreira localizada nas proximidades. Ao entrar no barco, a surpresa. Nenhuma umidade no interior, nenhum mau cheiro. As roupas que ficaram no barco não tinham bolor, charutos que eu havia deixado estavam perfeitos. Foi, realmente, impressionante. É o local ideal, no Caribe, para deixar o barco por longo período. Inclusive, é área livre de furacões.

No dia seguinte à nossa chegada, recebemos a chocante notícia de que o Geraldo, do casal Andy e Galdo, havia falecido num acidente em Trinidad. Consegui falar com a Andy, através do skype, quando ela me informou que um dos mastros do veleiro deles, o Baleeiro, que estava sobre cavaletes numa marina, havia caído sobre fios de alta tensão. vitimando quase instantaneamente o Geraldo. Convivemos com este casal durante alguns dias em Trinidad e esta convivência nos mostrou um casal alegre, apaixonado um pelo outro, ecologistas de boa cepa e amantes do mar. Foi uma perda lamentável. Penso que a Andy terá um trabalhão para superar esta perda.

domingo, 4 de dezembro de 2011

TRINIDAD

A tormentosa  chegada em Trinidad foi descrita no post anterior.

Após colocarmos o Amazonas no pier da Marina CrewsInn, fomos fazer a entrada na imigração e customs. Depois, fomos atrás de mecânico para consertar o motor. Por indicação de um amigo francês, o Olivier, que conhecemos na outra estada em Trinidad, procuramos o mecânico Raymond. Ele foi muito solícito e pareceu ser bastante competente. Foi verificar o motor, constatou que, realmente, entrara água pelo escapamento. Já começou a trabalhar e pediu para o Eduardo comprar bastante coca- cola. Realmente, fazia muito calor em  Trinidad e eram três a trabalhar. Foram oito recipientes de dois litros cada. Mas beber toda aquela coca-cola...?  Beber...? Que nada. O cara colocou toda aquela coca-cola no motor. Disse que aquilo serviria para desengripar. Pois não é que funcionou? Dois dias após, retirou a coca-cola e colocou óleo e o motor virou. Coca-cola, em Trinidad, não é só refrigerante, é high tech!!

Outra tecnologia do criativo mecânico: ao dar partida no motor, para ativar a explosão na admissão, sabem o que utilizou...? Inseticida!! Morro e não vejo tudo!

Enquanto estávamos aguardando o conserto  do motor, convivemos com amigos antigos e fizemos amigos novos. Já na primeira noite em que lá estávamos, para não perder o jeito, fizemos um churrasquinho básico à bordo do Amazonas.

A Andy e o Geraldo (Andy e Galdo), um casal fantástico que mora no Caribe já há algum tempo, trabalham com a empresa Mooring, de fretamento de veleiros, e que havíamos conhecido em St. Maarten, no início do ano, estavam com seu veleiro, Baleeiro, numa marina em Trinidad, fazendo manutenção. Olha eles no Amazonas, num papo legal…
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Já no dia seguinte chegou o veleiro Maruja, dos baianos Hugo e Catarina. Aí a atividade etílico-gastronômica aumentou.

A lida com o motor continuou por alguns dias. O motor girava, mas o motor de partida começou a dar problemas. Em vista disso, o Amazonas continua em Trinidad, até a chegada de peças do Brasil.

Chaguaramas é um centro náutico por excelência, incluido manutenção de grandes embarcações. Em vista disso, às vezes vemos cenas como esta abaixo, que pareceu ser um treinamento para combate a incêndios em plataformas. Repare na força dos jatos d'água.


Então, como o Amazonas iria ficar no estaleiro, o jeito foi ir para Curaçao, ao encontro do Guga Buy, via aérea. Fomos eu, o Eduardo e o Claudio Fischer, proprietário do Amazonas, que foi a Chaguaramas para velejar com seu barco, no trecho Trinidad/Curaçao.

Só que não velejou. Voou!!

domingo, 27 de novembro de 2011

TRAVESSIA NATAL – TRINIDAD

Com bastante atraso, devido a problemas no motor do Amazonas, zarpamos de Natal às 23:30 horas de uma quinta-feira, por conta daquela superstição de que navegador não sai do porto numa sexta-feira, porque dá azar. Estatisticamente isso não é comprovado, mas, por via das dúvidas…

O potente motor do Amazonas (400 HP), agora funcionando, nos levou para fora da barra que, comumente, é bastante complicada, com corrente forte e ondas altas. E, nesta ocasião, não foi diferente.

Quatro ou cinco horas após a saída de Natal, o motor, novamente, desligou. E não ligou mais. Então, o jeito foi levar o barco somente na vela e o vento estava ajudando, levando-o numa velocidade entre 5 e 8 nós.

No segundo dia de navegação, o vento diminuiu sensivelmente. Não possuía a força necessária para empurrar um barco de 40 toneladas. O que ajudava era uma forte corrente a favor. A força desta corrente, que chegava a 3 nós, nos impressionou, pois não é usual esta velocidade. 

No dia 1º de novembro, aproando para Illes de Salut, na Guiana Francesa. às 22;41 hs, numa velocidade de 4.5 nós, cruzamos a linha do equador. A velocidade até que estava alta, pelos padrões que estávamos vivenciando.
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Aproamos para Illes de Salut, pois precisávamos telefonar e lá, sabíamos que que haveria sinal.

Ao cruzarmos por um pesqueiro, próximo à divisa com a Guiana Francesa, conversei pelo rádio com um pescador que  informou que a força daquela corrente, realmente, não é comum. Chamam de “corrente de lua” e ocorre poucas vezes por ano. Efetivamente, a lua estava em quarto-crescente, quase cheia. Informou também que aquela corrente iria para além das guianas, o que, realmente, ocorreu.

Estranho ou não, esta corrente é que salvou a pátria. Sem ela, acho que ainda não teríamos chegado. Se Eolo nos sacaneava, Netuno dava uma mãozinha.

Devido à lentidão do deslocamento, a faina a bordo era tranqüila. O Eduardo e o Dudu atendiam as necessidades do barco e eu cozinhava. Também devido á lentidão, o pão acabou. Então, o Eduardo começou a fazer tapioca. E fazia com maestria nordestina. Tapiocas recheadas com salame, queijo, tomate, presunto... o que estivesse disponível. Os ensinamentos gastronômicos de Lucia, do Veleiro Avoante, foram de grande valia.

O marinheiro do Amazonas era o Dudu, um gaúcho de Porto Alegre muito afeito às tradições gaúchas. Chimarrão e musica gaudéria rolavam a bordo.


Certo dia, soltou a manilha da parte superior da genoa principal. Alguém deveria subir no mastro para a troca. Quem? O Dudu! Pois não é que o rapaz me aparece vestindo uma bombacha para subir no mastro? Olhei para aquela figura sem esconder a curiosidade. Bombacha num veleiro é, no mínimo, estranho. Aí ele explicou que vestia a bombacha para proteção, porque, se escorregasse no mastro, a vestimenta protegeria as “partes”. Taí, ó! Cultura gaúcha aplicável às lidas náuticas.

Este aí é o Dudu, cevando um mate…
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Durante um temporal (foram três ou quatro durante a travessia) a genoa invertida, ao ser içada, rasgou. Para os que não conhecem o Amazonas, explico: na proa, são utilizadas quatro velas, a genoa de proa, uma buja, a genoa invertida e a genoa grande. E a genoa invertida é invertida porque  é armada invertida. Entenderam?

Como o mar estava calmo, e o vento também, o Eduardo aproveitou para costurar a genoa invertida, utilizando uma agulha e fio dental. A costura ficou assim, meio tipo Frankstein, mas resistente. Nada que um silvertape não escondesse!

Olha ele aí costurando…
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No 18º dia de navegação, à tardinha, chegamos à Ilha de Trinidad com este visual do por do sol.


 Programamos para entrar no Golfo de Pária pela Boca de Huevos, que é uma das três entradas para o golfo. É essa daí…DSCF1324

Quem disse que dava para entrar? Com vento insuficiente a favor e corrente contrária, devido à maré, ficamos parados. O veleiro ficou aproado para a Boca mas não andava. O vento empurrava e a maré segurava. O speed marcava 0/0,5,  às vezes 1 nó. Navios, ferry-boats e outras embarcações saindo pela boca e nós ali parados. 


Acendíamos as luzes dos mastros para iluminar as velas para dar mais visibilidade ao veleiro. Um navio que saía estava no nosso rumo. Chamei pelo rádio e expliquei que a embarcação estava sem controle, então ele desviou. Foi assustador. Ou, como dizem os gaúchos, foi um “cagasso”. (não sei se com dois ss ou ç, mas foi mesmo!)

E, falando em gaúcho, lá pelas tantas deu fome no pessoal, então o Dudu, aquele da bombacha, foi para o fogão fazer tapioca. Um gaúcho de CTG, daqueles que só comem costela gorda e picanha, fazendo tapioca!!! Ficamos esperando para ver no que dava. E não é que o gaudério acertou? Isso que não fez o curso de gastronomia nordestina com a Lúcia.


Sugerimos que ele, na próxima Semana Farroupilha, instale uma tenda para vender tapioca em Porto Alegre. 

Olha ele aí manejando a tapioca…sem as bombachas…
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Lá pelas tantas, fui dormir um pouco. Quando amanheceu, fui acordado pelo Eduardo que berrava: entramos…entramos…Levantei e vi uma cena fantástica. O Eduardo e o Dudu colocaram o bote de apoio na água – com motor de 15 hp – e o Dudu, pilotando o bote, rebocava as 40 toneladas do Amazonas. E deu certo. A corrente já não era contrária, pois a maré estava mudando e andávamos a 1,5/ 2 nós. Mas andávamos para a frente.


Olha aí o reboque…
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Quando já estávamos no Golfo de Pária,  mar calmo, o bote foi amarrado no costado do Amazonas, o que proporcionava melhor manobrabilidade. 
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Assim conseguimos chegar em Chaguaramas e colocar o veleiro numa poita.

Amazonas apoitado, foi uma explosão de alegria. Extravasamos! 


Vale aqui fazer uma referência ao Veleiro Amazonas. Todos os transtornos pelos quais passamos, devido a falta de motor e de vento, foram compensados pelo conforto da embarcação. Suas quatro suítes, seu amplo salão, sua bem montada cozinha, com freezer fogão de quatro bocas e duas geladeiras, ar condicionado em todos os cômodos, funcionando graças a um potente gerador, nos proporcionaram grande conforto. Uma cabine interna de comando, com grande área envidraçada, nos permitia perfeita visão e protegia da chuva. É aquele tipo de veleiro que lamentamos quando temos que desembarcar. É, realmente, um sonho de consumo. 




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

RETORNANDO AO CARIBE. – NATAL.

10/10/2011
Hoje iniciei o retorno ao Caribe, mais precisamente para Curaçao, onde está o Guga Buy. Embarquei em Florianópolis num vôo para Natal, onde estava o Eduardo me aguardando. O Eduardo foi contratado pelo proprietário do  Amazonas III, para levar o veleiro até o Caribe, justamente para Curaçao. Então, ao invés de eu ir direto para Curaçao por via aérea, resolvi acompanhar o Eduardo e ajuda-lo na travessia e, também, para curtir uma navegação num veleiro de 74 pés. Que, aliás, é bem interessante.

O vôo para Natal teve uma curiosidade. De São Paulo para Natal, a aeronave foi comandada por uma mulher. Eu nunca havia voado em aeronave comandada por mulher. Pedi para fotografa-la e, após o pouso em Natal, ela concordou, com a condição de que fosse fotografada ao meu lado. Concordei, todo exibido…! A Comandante Fernanda, uma linda jovem, é filha de um velejador que está dando a volta ao mundo. Já descobrimos algo em comum: o apreço pela vela. Mostrou-se muito habilidosa na condução da aeronave, (claro! senão não seria comandante) pois foi um vôo muito tranquilo, notava-se, claramente, que as turbulências eram amenizadas.
Olha ela aí…

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Em Natal, o Eduardo me aguardava no aeroporto com um carro alugado. No  caminho para o Iate Clube do Natal, li meus e-mails no iPhone e lá já estava um convite do amigo Nelson, do veleiro Avoante, de Natal, para participar, à noite, do “café dos velejadores”. É que, nas segundas-feiras o Iate Clube está fechado e, para evitar a lugubridade de um clube fechado, os velejadores locais, mais os que estão de passagem, reúnem-se à tardinha para um café, onde cada um leva algum quitute. Aí, vira festa. E, todas as quartas-feiras, ocorre o encontro de velejadores, quando, geralmente, alguém profere alguma palestra. Depois, comer e beber.
As fotos abaixo foram surrupiadas do blog do Avoasnte
café da segundona (12)

Falando em festa, o Iate Clube do Natal é um caso à parte neste item. Todo santo dia tem festas,  - ou reuniões etílico-gastronômicas, se preferirem, -  sempre capitaneadas, ou incentivadas, pelo casal  Nelson e Lucia, do Avoante. Os velejadores que lá estão de passagem unem-se aos velejadores locais e, dá-lhe comer e beber. Ficamos no clube, por conta de problemas no motor do Amazonas, até dia 27 de outubro.

Para terem uma idéia da quantidade e diversidade gastronômica que foi praticada, nós, do veleiro Amazonas, fizemos um costelão, a Lucia do veleiro Avoante fez paçoca com feijão verde, a baiana Catarina, do veleiro Maruja, fez caruru com vatapá, a paulista Paula, do veleiro Andante, fez bolinhos de bacalhau numa noite e seu marido Fernando, bacalhau ao forno em outra noite, o capixaba Franco, do veleiro Wa Wa Too, fez um bobó de camarão.
costela gaucha (26)noite baiana (8)
bolinho de bacalhau do andante (6)

O casal Elder Monteiro e Dulce, diletos amigos, organizaram uma festa para nossa despedida, na sua casa. Nos chamam, a mim e meu filho Eduardo, de Zanellão e Zanellinha. Chegando lá, deparamos com uma farta mesa de quitutes, sobressaindo-se um pernil defumado, regados a uma diversidade etílica de causar inveja: espumantes, vinhos, cachaças, cervejas, até água e refrigerantes… Ah!, e um indefectível charuto, pois o Elder também é do ramo.
Uma banda de um sobrinho do Elder tocou a noite toda. Maior festa!!!

E eu, terminando de convalescer de um problema de saúde. Dane-se!!

Com este clima, não é fácil sair de Natal. Mas, como nosso tempo e nosso destino já estavam definidos e estávamos atrasados, quando o motor do Amazonas funcionou  levantamos âncora, não sem uma tristeza invadindo nossos corações.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

E NÃO É QUE A COISA COMPLICOU?

Pois é! Voltei para o Brasil para tratar de uma forte dor no pé, que parecia ser um esporão calcâneo. Consegui aliviar as dores que sentia, graças a um acupunturista japonês no  Rio de Janeiro. O cara é fera!

Dor no pé aliviada, já de volta para Florianópolis, a coisa complicou. Uma tremenda infecção me nocauteou. Trinta dias tomando antibiótico, médicos para cá, médicos para lá, soros, prostração, frio – ô inverno danado –. Entretanto, medicamentos fazendo efeito, parece que safei-me desta. Só vou terminar o tratamento, – parece ser um pouco longo - e retornar ao Caribe, onde me espera o Guga Buy para atravessar o atlântico rumo aos Açores e Europa.

Enquanto convalesço da doença, meu filho Eduardo está levando um catamarã até Trinidad&Tobago. Vai deixar o catamarã em Chaguaramas/Trinidad, retornar para Florianópolis e levar um veleiro para o Caribe. Já que, temporariamente, não posso navegar, que o faça meu filho.

Como estava por aí, sem fazer nada, aproveitei para retornar aos pagos e rever os amigos e parentes. Fui para Gramado, Caxias do Sul e Farroupilha, minha cidade natal.

Em Gramado rolava o Festival de Cinema.image 

A cidade estava tomada por alto astral. Aquele frio característico da serra gaúcha, gente bonita caminhando pelas ruas e a gauchada sorvendo um mate quentinho para espantar o frio. Lá é assim: em casa, caminhando pelas ruas ou sentados na praça, o chimarrão rola frouxo. É o jeito gaúcho de ser!
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Toda a vez que vou a Gramado, vejo algo novo. Desta vez foi na Igreja Matriz, onde colocaram, no pátio que dá acesso à igreja, estátuas dos doze apóstolos. Pertinente e de bom gosto. Olha aí como ficou.
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Em Gramado, mora um concunhado que construiu uma vinícola de primeiro mundo. Vejam em http://www.vinicolaravanello.com.br/. Aproveitei, então, para,  depois de sessenta dias de abstenção etílica, colocar em dia a atividade enogastronômica, bebendo os ótimos vinhos Ravanello e saboreando a ótima culinária de Gramado. Os quilos que a doença tirou de mim, foram devidamente repostos na serra gaúcha.

Agora, 26 de agosto, já em Florianópolis, estou indo para o aeroporto buscar o Eduardo que retorna de Trinidad.

Até a próxima!!

sábado, 18 de junho de 2011

FÉRIAS "DO" CARIBE!

O Ricardo Amatucci disse em seu blog, referindo-se a nós, do Veleiro Guga Buy: ..."Eles estão pelo caribe (Curaçao, nas Antilhas Holandesas) desde que subiram para a Refeno do ano passado e “nunca mais voltaram”. Quer dizer, voltaram agora para umas férias. Chique né?! Nós pensamos em passar as férias no Caribe e eles vem de lá passar as férias aqui."

Realmente, estamos tirando umas férias do barco, passando uma temporada em terra firme. Isso porque, depois de um ano embarcado, alguns dias em terra são férias.
Mas, por outro lado, férias pressupõe descanso de trabalho. E, no Caribe não estávamos, de modo algum, trabalhando.
Nossa atividade, além dos cuidados normais com o barco, eram os almoços, jantares e 'happy hours' que fazíamos a bordo com os amigos. Vejam alguns deles!

Em St. Lucia.

Em Curaçao.

Em Ilha de Lençóis - Maranhão.

Em Martinique.

Mas, apesar de meu problema de saúde (que foi o principal motivo da vinda), o retorno ao Brasil proporcionou momentos agradáveis. Como agora, que estou no Rio de Janeiro, visitando minha filha e curtindo meu neto, esse aí, sendo explicitamente cortejado.


Em vista desta vinda ao Brasil, o blog ficará sem notícias do Caribe até nosso retorno que, espero, se dê o  mais breve possível.
Aproveito para agradecer a todos que estão nos honrando com suas visitas a este despretensioso blog.

terça-feira, 31 de maio de 2011

FLORIANÓPOLIS (22/05/2011)

Dia 21 de maio, eu e o Eduardo embarcamos em Curaçao com destino a Florianópolis. O périplo foi: Curaçao, Aruba, Brasília, São Paulo e Florianópolis. Embarcamos às 21:00 horas e chegamos em Florianópolis às 13:30 horas do dia seguinte. Apesar da demora, por conta das paradas nos aeroportos para troca de aeronave, o vôo foi tranquilo. Nenhuma turbulência. Tão tranquilo que as  mulheres conseguiam retocar seus cílios e sua maquiagem, sem necessitar equilibrar os apetrechos maquiadores.
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Após quase um ano fora de casa, é  muito prazeroso retornar, rever a família (parte dela, pois meu filho estava comigo), dormir na cama de casa, receber o abraço carinhosoimage da neta,  rever os amigos, apreciar o visual de meu apartamento, ver os pescadores amadores jogando suas tarrafas para “safar” um peixinho, admirar dias outonais maravilhosos, transparentes, e sentir aquele friozinho gostoso.
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E, falando em rever amigos, no domingo seguinte à nossa chegada, uma amiga fez aniversário e nos convidou para sua festa, na Lagoa da Conceição, na qual estavam todos aqueles amigos e companheiros de administração do Iate Clube de Santa Catarina, Veleiros da Ilha, quando exercíamos cargo administrativo. Foi um reencontro extremamente agradável. 

Como em Florianópolis é época da safra da tainha, a aniversariante nos obsequiou com uma bela “tainhada”, com tainhas recheadas e ovas fritas deliciosas, tudo regado com ótimos vinhos. Tão bons os vinhos que rolou um pileque legal!

Como o motivo de meu retorno foi por problemas de saúde, já consultei meu médico, fiz os exames necessários e estou aguardando o resultado, para fazer o tratamento adequado, pois quero voltar para o Caribe “zerado” para melhor curtir aquelas belezas e atravessar o atlântico, rumo à Europa.

Mas, enquanto aguardo o tal tratamento, fico lendo os blogs dos amigos que atravessaram o atlântico e estão nos Açores: Travessura, Luthier, Pagé por aí... O relato deles dá uma vontade danada de voltar logo para Curaçao, pegar o Guga Buy e ir, correndo, para os Açores. Falam maravilhas daquelas ilhas. 

Mas, chegaremos lá!

sábado, 28 de maio de 2011

CARIBE – Antilhas Holandesas – Curaçao (16/05/2011)

"Este post, estou escrevendo em Florianópolis, onde chegamos dia 22 deste mês."
......
Ao chegarmos em Curaçao, entramos no lagoon chamado Spanish Water, onde existem locais pré determinados para ancorar e algumas marinas.
Já na entrada do estreito canal, vislumbra-se um portentoso e grande Hyat Hotel. Esse aí.image
Nestas andanças pelo Caribe, vimos muitas coisas interessantes, inusitadas. Olha outra aí. 
Sabe-se que, ao redor do mundo, muitas pessoas vivem em barcos, o que dá muita mobilidade, pois levam a casa junto, e têm a agradável sensação de ter uma enorme piscina à sua disposição.
Em Curaçao, vimos algo parecido. Uma casa flutuante. Até aí, nada de mais. Entretanto, o veleiro, que, normalmente, serve de morada aos navegantes normais, estava atracado ao lado da casa flutuante. Quer dizer: os moradores vivem embarcados na casa (será que morar  numa casa flutuante pode-se dizer que está embarcado?), mas ela não é móvel. Ao menos, não faz longas distâncias. A mobilidade se dá através do veleiro que nem necessita de trapiche (pier) para atracar. É amarrado na própria casa. É uma situação, realmente, inusitada! Mas, para quem gosta, é bastante confortável!
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Dia seguinte fomos  fazer a imigração, na localidade denominada Punda, que parece ser o centro da cidade. Após o procedimento na aduana (customs), fomos até a imigração e autoridade portuária, que situam-se na outra margem do canal que dá acesso ao porto, local chamado Otrobanda. Estava muito quente, por isso, antes, fomos tomar um refrigerante no Tijuana Café, que fica  numa das margens do canal e tem uma característica, digamos, refrescativa… Sua cobertura é composta por grandes toldos, semelhantes a  guarda-sois, os quais possuem bicos por onde são expelidos sprays d’água, que refrescam bastante o ambiente. É um ar condicionado diferente!
imageSentados no bar, tínhamos a visão do canal e de uma ponte que o atravessava, a Queen Emma Bridge. De repente, a tal ponte começou a andar inteira para o lado, fazendo um movimento elíptico em direção à outra margem.
As pontes que conhecemos e que dão passagem a embarcações, geralmente são levadiças. Esta ponte é completamente diferente. É  flutuante e, para dar passagem às embarcações, move-se completa para o lado, como uma balsa. É impulsionada por motores e presa, numa das margens, por um grande pino que permite seu giro. Numa das extremidade da ponte, há um mecanismo de comando, como numa embarcação normal, como se vê abaixo.
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Ponte se movendo.
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Ponte se movendo.
    
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Comando da ponte.
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Pino de sustentação e giro.
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Ponte voltando ao normal.

Após atravessarmos, vimos, exposta, uma pintura que dá uma visão melhor acerca do funcionamento da ponte. imageEsta não é a única ponte a atravesar o canal. Existe outra, de concreto, de grande altura para permitir a passagens de grandes navios.  É a Queen Juliana Bridge. Na margem que fica em Otrobanda, a ponte está assentada sobre corais.
imageCompletado o procedimento de imigração, retornamos para Punda e fomos almoçar num restaurante italiano,  localizado na parte central de uma praça e que ostentava uma bandeira brasileira. Indaguei o motivo da bandeira e uma garçonete explicou que é porque o restaurante é muito frequentado por brasileiros. Então, tá!
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Retornamos ao barco e fomos procurar uma marina para deixar o Guga Buy enquanto estivéssemos no Brasil. Optamos pela Seru Boca Marina, que fica no complexo Santa Barbara Plantation, uma área enorme, onde se situam o Hyat Hotel,  um campo de golfe de 18 buracos, condomínios de casas, etc… A marina é bastante protegida, tem segurança durante 24 horas e a baía é calma.
Quando nos dirigíamos para a marina, fomos ultrapassados por uma  prancha de surfe movida a motor. Já imaginaram prancha de surfe motorizada? É muita criatividade! E, andava em alta velocidade. É uma engenhoca diferente, que nunca tinhamos visto antes.
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Em outra marina, a Kima Kalki, também em Spanish Water, estava o veleiro brasileiro Kanaloa, de Torres e Eliza, os quais, como estão lá faz bastante tempo, nos deram muitas dicas importantes. E, na marina onde estávamos, haviam alguns velejadores morando nos respectivos barcos. Uma paulistana casada com um francês e um casal de franceses, que têm uma pousada em Luis Correia, no Piauí.
Para nos despedirmos, fizemos, no Guga Buy, um pernil de carneiro com arroz de brócolis, acompanhado por ótimos vinhos, inclusive um Chateauneuf du Pape, na boa companhia destes velejadores, bem como de Torres e  Eliza. Olha a turma aí na foto!
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No dia seguinte, embarcamos para o Brasil!

terça-feira, 24 de maio de 2011

CARIBE – Antilhas Holandesas – Bonaire (12/05/2011


Chegamos em Bonaire à noite. Tínhamos informação de que não era possível ancorar na ilha, somente se poderia utilizar as poitas que lá existem (US$10,00 por noite). Para chegar nas poitas, percorremos metade da ilha, passamos por um porto e, a todo momento, ouvíamos no rádio  chamados da Marinha da Venezuela, pedindo identificação de embarcações, através das posições que nominava. Estranhamos, pois lá é território holandês. Mas, pelas posições descritas pela Marinha, concluímos que estavam fora daquela região.  Mas a transmissão era potente!
Amarramos o Guga Buy numa poita, nesse local aí  e fomos dormir.
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Na manhã seguinte, fizemos o procedimento de imigração  e fomos conhecer a cidade de Kralendijk, a capital da ilha. É uma cidade pequena e, por ser fora de temporada, pouca gente nas ruas.
Essa ilha é frequentada, principalmente por mergulhadores. Suas águas são por demais transparentes. O Eduardo mergulhou e fez algumas fotos, numa profundidade de uns três ou quatro metros:
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Estas fotos foram tomadas  próximo à terra. Afastando-se cerca de cem metros da praia, a profundidade despenca para mais de 25 metros, mas a visibilidade continua quase igual. A ilha é, efetivamente, um paraíso para mergulhadores.
No domingo, após o Eduardo mergulhar, fomos dar a saída na imigração e, após, almoçamos no City Café. Era um restaurante holandês e, como naquele dia havia o final de futebol da liga holandesa, o City Café oferecia, para quem fosse lá assistir o jogo pela TV, o breakfast dos campeões, como demonstra o cartaz abaixo:
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Coisa de holandês: café, torrada e cerveja. E, pela alegria dos torcedores, foi muita cerveja.
Para almoçar, pedimos um prato típico holandês, composto de uma sopa de tomates, um croquete recheado sobre uma fatia de pão,  presunto e ovo frito sobre outra fatia de pão e uma saladinha. Tudo acompanhado por cerveja Polar, a deles, claro, não aquela feita no Rio Grande do Sul (que é  melhor)!
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No dia seguinte, de manhã cedo, tomamos o rumo de Curaçao. Sem vento, motor todo o tempo. No caminho, pela primeira vez no Caribe, tivemos a companhia de golfinhos.
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