sábado, 30 de abril de 2011

CARIBE – Travessia St.Maarten/Ilhas Virgens (28/abr/2011

Às 09:00 horas, primeiro horário de abertura da ponte, saímos do lagoon e ancoramos na parte externa da Simpson Bay, pois sairíamos de madrugada para as Ilhas Virgens. À tarde, o Eduardo fez o procedimento de saída de St. Maarten, juntamente com o John Vieira, do Bulimundu, que iria conosco.
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Ao sairmos, sentimos uma ponta de tristeza por deixar lá todos os brasileiros com os quais convivemos e amigos que fizemos. Dos brasileiros, alguns vão atravessar o atlântico, como o Luthier, o Travessura, O Temujin, o Luar, o Irum, o Flyer, além do Shipping, da argentina Aurora, que vai fazer a travessia solitária. Mas este mar não é tão grande para impedir que nos encontremos novamente. E, certamente, cada encontro será uma festa. Vamos ficar torcendo que façam uma ótima travessia. Que Netuno e  Eolo os acompanhe e proteja!
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Verificamos as condições meteorológicas. Não eram completamente favoráveis, indicavam ventos de leste acima de 20 nós e ondas de três metros, também de leste. Como nosso rumo era oeste, apesar da intensidade do vento e da altura das ondas, a navegação não seria completamente desconfortável. Pelas previsão, tanto o vento como as ondas empurrariam o Guga Buy. Zarpamos por volta de meia-noite.

A previsão acertou somente em parte. Cerca de trinta milhas navegadas, o vento atingia 25 nós de leste e as ondas vinham de norte e, com a força do vento, ficavam descontroladas. Parecia que estávamos numa batedeira. Pensamos em voltar, mas, se já tínhamos feito 30 milhas de um total de 80, não era bom negócio. Até porque o retorno seria com vento "na cara". Resolvemos encarar a situação. Foi uma noite do cão. Andávamos só com a genoa, numa média de 6 nós de velocidade. A travessia durou 13 horas. O balanço era lateral, tipo "joão bobo", uma das mais desconfortáveis situações de navegação.

Por três vezes, o barco "atravessou", tal o tamanho e a força das ondas. Mas o piloto automático o levava de volta ao rumo. Este piloto automático foi uma das boas e úteis aquisições que fiz em Miami.

De manhã, eu estava deitado e o Eduardo no turno, quando me chamou, pois uma almofada do cockpit havia sido levada pelo vento. O raciocínio inicial foi de que era um produto tão barato que não valeria a pena tentar resgata-la. Por outro lado, até encontrar alguém que fizesse uma nova, iria demorar. E ela fazia muita falta.

Então, lá fomos nós tentar resgatar a almofada. Recolhe a genoa, liga o motor, eu no timão, o Eduardo na plataforma de popa tentando agarrar a almofada. E o mar batendo forte. Rodamos feito piorra ao redor da almofada, que teimava em se afastar quando nos aproximavamos. Na quarta tentativa, conseguimos e, depois de seca, a almofada continuou exercendo seu papel de dar conforto à tripulação.

E o John dormindo. O único que conseguiu dormir.

O John Vieira é uma figura ímpar. Nascido em Cabo Verde, tornou-se cidadão norte-americano, serviu no exército dos Estados Unidos, o que rendeu muitas histórias para contar. Bem posto na vida, gosta de velejar, tem um Jeanneau 42, exerce uma atividade que o obriga viajar muito, mas tem uma grande frustração na vida: NÃO É GAÚCHO! Adora os costumes gaúchos, acho que até declama poesia gauchesca. Se duvidar, tem uma “pilcha” no armário. Até hoje, não descobri de onde vem esta amor gaudério.

Tempos atrás, no restaurante do Iate Clube em Florianópolis, o John, que tem relações comerciais com a China, apareceu com um casal de chineses, Ela, alegre e sorridente. Ele, caindo de sono devido ao fuso horário, debruçado sobre a mesa com a cabeça recostada. O John o chamou e pediu para falar algo em português. O chines levantou a cabeça, sem olhar para ninguém, disse: “Bah, tchê!”. O John foi à loucura, conseguiu agauchar um chinês.

Apesar da frustração, o John é um grande companheiro.

Chegamos em Virgem Gorda às 13:30, ancoramos o fomos fazer a imigração. Um monte de formulários para preencher. Depois, fomos almoçar, retornamos ao barco e..dormir!

2 comentários:

  1. Zanelao e Zanelinha.

    Voces sao uma dupla inseparavel. Estou velejando com voces. Que tenham uma otima viagem!!!!!!!!!!

    Otimos ventos.

    Rogerio Gameio

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  2. Continuo aqui curtindo essa viagem de voces.
    Equero dizer uma coisa, bah tchê esse John é indio bom barbaridade!

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