quinta-feira, 1 de outubro de 2015

PATAGÔNIA CHILENA–Os canais–Parte I.


No de 31 de outubro de 2014, Eduardo, Paulo Silveira e eu, zarpamos de Puerto Montt as 09:40 horas, para a etapa mais esperada de nossa viagem: conhecer os canais e fiordes chilenos. Saimos com um sol radiante, temperatura de 7ºC e com 490 litros de diesel, pois não sabíamos o que nos esperava. Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém.
Nos procedimentos de saída junto à Capitania, os oficiais estabeleceram, a titulo de orientação, uma rota para seguirmos, indicando locais de paradas, considerando segurança e belezas naturais, enfatizadas pelo oficial que nos atendeu.
Como a navegação, dali em diante, seria em canais completamente desconhecidos por nós, alguns estreitos, nos propusemos a navegar somente de dia, por segurança.  Mais tarde, nos damos conta do acerto de nossa decisão,por dois motivos: i): tanto o navionics como a plotter do barco não era confiáveis, talvez por deficiência de sinal do satélite naquela região. Por diversas vezes estávamos navegando na água, (obviamente), e os instrumentos indicavam que estávamos sobre as ilhas. ii): o visual dos canais era muito bonito, não valia a pena passar por lá à noite, sem poder apreciar.
Vejam abaixo um exemplo da deficiência dos instrumentos.
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Antes de viajarmos, ainda em Itajaí, o Eduardo conheceu um casal de velejadores holandeses que já haviam passado pelo sul do Chile. Emprestaram um livro que foi fotocopiado, o Patagônia & Tierra del Fuego Nautical Guide, de Mariolina Rolfo e Giorgio Ardrizi,  um casal de italianos que fizeram um primoroso trabalho de orientação aos navegantes, com detalhes, incluindo dicas para amarração das embarcações nas “caletas”, (locais abrigados para fundear). Seguimos à risca suas indicações e nos demos bem.
No entardecer chegamos na caleta Estero Quintupeo, onde entramos para passar a primeira noite nos canais, consequentemente a primeira amarração do barco com a técnica indicada pelos italianos.
A primeira vez, que a gente nunca esquece, foi emocionante, além de elevar a adrenalina. Tinhamos informações acerca dos fortes ventos que surgem de repente e com grande velocidade naquela região, chamados de williwaws, motivo pelo qual o barco deveria estar bem amarrado. A caleta ficava num fiorde rodeado de montanhas com os cumes cobertos de neve, diversas quedas d’água da neve derretida, com um visual cinematográfico que impressionou.
Caleta Estero Quintupeo.
Caleta Estero Quintupeo.
Caleta Estero Quintupeo.
Caleta Estero Quintupeo.
Caleta Estero Quintupeo.
A ancoragem consistiu em jogar a âncora na proa e amarrar dois cabos pela popa, em árvores ou pedras na margem. Assim, o barco estaria preparado para aguentar ventos fortes. Porém, tivemos sorte, pois os ventos não ocorreram. Éolo estava de bom humor naquele  dia.
Então, enquanto eu ficava no timão controlando o barco, Eduardo e Paulo foram até a margem do canal com o bote, levando dois cabos de cerca de 100 metros de comprimento cada e amarraram, um numa pedra e outro numa árvore.
O barco ficou a cerca de 10 metros da margem, numa profundidade de 5 metros.
Caleta Estero Quintupeo. Primeira ancoragem.
Caleta Estero Quintupeo. Primeira ancoragem.
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IMG_5857Na manhã seguinte, tivemos que fazer todo o procedimento, agora invertido, para zarpar.  Eduardo foi para terra desamarrar os cabos. Veja aí a faina.

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Mas, no momento de levantar a âncora, o guincho rateou, ela estava presa numa pedra. Levamos cerca de uma hora para retira-la.
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Mas, o problema da âncora foi superado pelo esplendoroso amanhecer. DSCN0242
O sol iluminando os cumes das montanhas foi uma visão surrealista.
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Ao sair daquela caleta, fomos surpreendidos por um vento sul de até 45 nós de rajada. Um poderoso williwaw que descia pela cordilheira com enorme velocidade. Surpreendentemente, mesmo com esta força, os ventos não provocavam ondas altas no mar do canal, apenas pequenas  marolas.
Abaixo, o efeito do vento no mar:
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Ali próximo, havia a entrada para a caleta Estero Cahuelmo, onde, segundo informações, havia águas termais. Um veleiro que saía daquela caleta, pelo rádio nos alertou que lá a ancoragem estava difícil, devido ao forte vento.
Este o veleiro que nos alertou.
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Mesmo sabendo que aqueles ventos, assim com aparecem, desaparecem repentinamente,  resolvemos seguir adiante, até a Caleta Porcelana, onde também havia águas termais.
Como a distância era pequena, mantivemos o bote a reboque, rizamos a genoa deixando-a bem pequena, para suportar o vento forte (em linguagem náutica chamamos de ‘calcinha na proa’, por ser diminuta) e lá fomos, com Eduardo atento à navegação na plotter.
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Ninguém reclamou daquele vento. Ora, estávamos navegando nos canais chilenos.
Na caleta Porcelana haviam algumas boias de atracação, mas estavam todas ocupadas. Numa delas estava o catamarã Matisse, cujo proprietário, Edwin, conhecemos em Puerto Mont. Nos acenou para colocarmos nosso veleiro a contrabordo do dele.
Caleta Porcelana.
Edwin, que navega há 25 anos pelos canais chilenos, nos passou importantes e preciosas informações, inclusive sobre as águas termais lá existentes, que, obviamente, fomos conhecer.
Assim, após uma caminhada de cerca de um quilômetro, atravessando uma pastagem com ovelhas e uma trilha que margeava um rio, com escadas para compensar o desnível, chegamos nas águas termais. Diversas fontes, com água a temperatura de 38ºC, fumegando, formavam uma cena interessante. Numa delas, uma família de velejadores chilenos se banhava.
Caleta Porcelana.
Caleta Porcelana.
Caleta Porcelana.
Caleta Porcelana
Caleta Porcelana - Águas termais.
Caleta Porcelana - Águas termais.
Caleta Porcelana - Águas termais.
Caleta Porcelana - Águas termais.
Pouco acima de onde estão Paulo e Eduardo, fica a nascente das águas termais.
Caleta Porcelana - Águas termais.
A família de velejadores chilenos se divertia naquela água quente que contrastava com o frio reinante.
Caleta Porcelana - Águas termais.
De volta ao barco, já tardinha, nos despedimos de Edwin, pois saímos do contrabordo para dormir mais tranquilos. O contrabordo, ou amadrinhamento como dizemos  aqui no sul, sempre causa algum desconforto. Quando desamarramos o Guga Buy, surpresa! Saiu debaixo da popa do catamarã uma boia que lá estava escondida, presa sob o casco. Amarramos nela e fomos dormir.
Assim, nosso debut nos canais chilenos superou as expectativas. Uma noite calma, sem ventos, uma navegação com 45 nós de vento praticamente sem ondas e águas termais.  Será difícil esquecer este início da aventura.
continua…

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

VALDÍVIA

 

O acesso a Valdívia dá-se através do rio que leva o mesmo nome da cidade, pelo qual se navega cerca de 12 nm até o Club de Yates Valdivia.

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Após desviar alguns baixios, chegamos ao clube. Já haviamos conversado com o gerente, Jorge Bravo, que havia reservado uma vaga. Ao fundo, o clube.

Barco na vaga, fomos dar entrada na Capitania.

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No dia seguinte, acordamos com este magnifico amanhecer…

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…que nos brindou com um arco-iris.

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Uma panorâmica que o Eduardo clicou, mostra o amanhecer com o arco-iris.

Conversando com um taxista que nos levou ao centro da cidade, nos informou que era muito raro a formaçao de arco-iris no amanhecer. Tivemos sorte, então, de regsitrar o fato e lá estar num dia em que ele ocorreu.

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Em Valdívia chove muito, mas muito, mesmo! Nos dias em que lá estivemos, poucas horas sem chuva.

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No clube, conhecemos um associado, professor na Universidad Austral de Chile, que mora num veleiro na sub sede do clube, a Marina Estancilla. Nos levou para conhecer a Cervejaria Kunstmann que, além de fabricar ótimas cervejas, serve excelentes pratos da culinária alemã

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Uma panorâmica do Club de Yates Valdivia.

Club de Yates Valdivia.

Assim, deixamos o Guga Buy hibernando em Valdívia, onde desembarcou o Aldo, nosso amigo chileno que nos acompanhou desde Arica e retornamos ao Brasil para, passado o inverno, continuarmos nossa navegação pelo oceano pacífico, rumo sul.

Devo registrar que o Aldo Podestá é daquelas pessoas que não se tem dificuldade em fazer amizade. É uma das ótimas amizades que fizemos ao longo de nossa navegação. Deixo aqui meus agradecimentos ao Aldo por nos ter acompanhado em parte da navegação.

 

VALDÍVIA – PUERTO MONTT

A continuação da navegação ocorreu no mês de novembro de 2014, quando retrnamos a Valdívia, agora na comapanhia de Paulo Silveira e Stephen Ma. 

O Stephen Ma mora em Florianópolis e, em 2008, com um veleiro de 36 pés, fez o trajeto que estávamos agora fazendo, i.é, a volta à América no sentido anti-horário. Ele atravessou o Estreito de Magalhães e, através dele, chegou ao atlântico.

O Paulo Silveira é um gaúcho de Porto Alegre, velejador, que conheci em Salvador/BA, durante um Cruzeiro Costa Leste. Grande companheiro.

Então, em  fins de outubro, saímos  de Florianópolis  eu e  Eduardo, para fazer conexão para Santiago do Chile em São Paulo, onde já estava o Paulo Silveira.  Stephen Ma já havia viajado no dia anterior.

São Paulo - Guarulhos.

Selfie no ônibus, em Garulhos, a caminho da aeronave.

A viagem até Santiago foi com céu de brigadeiro. Para passar o tempo, selfies (é a moda atual, né?) e registro da Cordilheira dos Andes, com suas neves eternas.

Quando a aeronave pousou em Santiago, enquanto aguardava estacionamento, ouviram- se vozes femininas cantando. Era um coral que estava a bordo que, coincidentemente, era de Florianopolis, o Coral Encanto. Aproveitaram a demora da aeronave estacionar e nos bridaram com lindas músicas. Foram aplaudidas pelos passageiros.
No aeroporto, nos esperava um amigo chileno, o Nahuel, bem como o Stephen que chegara no dia anterior. Nahuel nos conduziu até o local onde Stephen estava hospedado. Fomos almoçar num restaurante  próximo.

Da esquerda para a direita, Paulo, eu, Nahuel, Eduardo e Stephen.

Almoçamos e ficamos 'matando tempo' para, às 22:00 horas, embarcarmos num ônibus que nos levaria até Valdivia, onde estava o Guga Buy.  Ônibus muito confortável. Os assentos reclinavam 180º.

Santiago do Chile.


Chegamos em Valdivia pelas 07:30 horas com, adivinha....chuva. Lá, como já disse, chove muito. Eduardo e Stephen foram de táxi, levando a bagagem até  o Club de Yates Valdivia, onde o Guga Buy hibernara durante cinco meses. 

Eu e Paulo Silveira fomos caminhando, pois a chuva cessara e Paulo queria conhecer a cidade e fotografar. Aliás, ele é um fotógrafo incorrigível. Fotografa mais que turista oriental. Vejam algumas fotos.

No mesmo dia, após verificar o que faltava no barco, fomos às compras. 

Dia seguinte, após o café da manhã, fomos novamente ao centro para completar as compras, dar saída na Capitania e, como praxe do Paulo, mais fotografias.  

O mercado público,…

…com os lobos marinhos sendo alimentados pelos limpadores de peixes (cada lobo é batizado com um nome, pelos pescadores,…

…flores,…

…temperos,…

…e, para aperitivar, ceviche, servido em copinhos. 

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Devidamente aperitivados, fomos para o mercado de artesanato, com inumeros restaurantes, no outro lado da rua, para almoçar.

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Dia seguinte, barco abastecido, tentamos zarpar. Não conseguimos sair da vaga. É que o gerente do clube esqueceu de nos avisar que somente poderíamos sair com maré alta, pois havia um trilho de ferro sob a água para fixar o píer. Esperamos a maré subir para sair da vaga mas, como já era tarde, colocamos o Guga Buy a contrabordo de outro veleiro, na parte externa do píer e saímos no dia seguinte, de manhã cedo, com destino a Puerto Montt. A previsão assinalava ventos contrários, mas fracos. Saímos  da foz do rio Valdivia com o mar calmo e pouco vento. Navegamos cerca de 50 milhas, quando o o vento aumentou e o mar cresceu. O Guga Buy não conseguia desenvolver velocidade superior a dois nós. Procuramos algum abrigo para esperar. Não havia. Então, resolvemos voltar para Valdivia.

Antes de chegar em Valdivia, já no rio, existe uma sub-sede do Club de Yates, a Marina Estancilla. Telefonei para o Jorge, gerente da sede central, expliquei a situação. Imediatamente ele telefonou para os funcionários da sub sede e autorizou a atracação. Os píeres era novos, muito bem localizados e muitos veleiros lá docados. 

Chegamos por volta de 20:00 horas, atracamos e fomos procurar um local para jantar. A marina fica afastada da cidade, nos indicaram uma cervejaria, VALTOR, que é também restaurante, a cerca de 500 metros dali. Enquanto teminavamos de amarrar o veleiro, Paulo e Stephen foram na frente, para reservar mesa. Quando chegamos, só haviam eles no restaurante. Já estava fechando, mas convenceram o pessoal a fazer alguma comida para nós. O churrasqueiro  refez o fogo e preparou uma lauta parrillada, acompanhada da ótima cerveja que produzem no local.

No dia seguinte, como ainda havia previsão de mar grosso e vento contra, fomos conhecer as redondezas. O Stephen precisava comprar um medicamento, fomos à procura de uma farmácia.Tomamos um ônibus na estrada que passa defronte a marina e fomos conhecer Neblia, distrito de Valdivia. É uma localidade pequena, sazonal. Não tinha farmácia. Caminhamos por lá, tiramos algumas fotos e tomamos um barco para atravessar o canal e conhecer outro distrito de Valdivia, Corral. Também não tinha farmácia.

Hora do almoço, procuramos um restaurante. O que havia em Corral não nos agradou. Este aí.

Voltamos para Niebla, tomamos outro onibus e fomos até a Cervejaria Kunstmann, próxima à cidade de Valdivia, para almoçar. Lá produzem cerveja muito apreciada pelos chilenos. É boa, mesmo. O Paulo que o diga. Possuem uma estrutura bem interessante, com cervejaria, restaurante, venda de lembranças, etc... Almoçamos um prato alemão, regado a boa cerveja deles. O Paulo, cervejeiro juramentado, esbaldou-se. Veja o tamanho do copo.

Dia seguinte, fizemos a segunda tentativa, zarpamos e deu certo. Rumamos para Puerto Montt. 

Ah!, ia esquecendo, o Stephen mostrou suas habilidades culinárias e nos brindou com toques orientais deliciosos.

A chegada em Puerto Montt é através do Canal Chacao, estreito e com muita correnteza. Por isso deve-se esperar a maré enchendo para entrar, ou vazando para sair. Chegamos com a maré enchendo, o que nos levou a uma velocidade de mais de 15 mph. O efeito da maré fazia estranhas figuras na água, redemoinhos, borbulhas como se a água estivesse fervendo. Entramos no Golfo Ancud e fomos em direção a Puerto Montt, com lindo visual de montanhas geladas. Dali podíamos ver as neves de Bariloche, que fica a duas horas de ônibus de Puerto Montt.

Por indicação de velejadores, procuramos a Marina del Sur para ficar alguns dias. A marina é boa, bem estruturada. Ficamos lá quatro dias. No segundo dia, já rolou um churrasco no Guga Buy.

Em Puerto Montt, o Stephen Ma desembarcou e retornou ao Brasil. Foi uma pena, pois foi um ótimo companheiro.

Num daqueles dias, o Nahuel, aquele amigo que nos esperou em Santiago  e está seguidamente em Puerto Montt, pois tem negócios por lá - é exportador de frutos do mar do Pacífico -, nos levou até Puerto Varas, ali próximo, de onde se tem acesso aos lagos chilenos, pelos quais passei há muito tempo atrás, com mulher e filha. Nos levou num restaurante para comermos comida típica da região. Nos serviram um sortimento de guloseimas do mar em pequenas porções, repetimos, foi nosso almoço, acompanhado de pisco sour.

Como disse, o Nahuel tem negócios lá, inclusive uma casa e, em vista disso, não largava o telefone. Mas mesmo atendendo seus cliente e fornecedores, nos levou em vários locais para fazer compras ou, simplesmente, conhecer. Foi uma ajuda preciosa.

Os quatro dias que ficamos em Puerto Montt foram suficiente para saber que lá  faz frio e chove muito,ao menos nesta época do ano. 

Bati uma foto do Paulão naquelas ruas molhadas e frias e, ao vê-la no visor, a surpresa. Parecia um robocop, um homem de ferro ou algum ser que estava prestes a decolar. Mas não era nada disso. Era, simplesmente, o efeito do flash nas partes refletivas da roupa. Mas que deu um efeito estranho, deu! Vejam abaixo.

O Paulão não pode ver um bar. Já entramos num e ele, como sempre, pediu cerveja. Fomos atendidos por uma simpática garçonete que nos serviu cerveja Kunstmann, aquela de Valdivia que, aliás, era nossa preferida.

Numa avenida que margeia o mar, no centro de Puerto Montt, uma  grande escultura chamava a atenção. Um casal abraçado, contemplando o mar. Como estava chovendo muito, não conseguimos fotografar de frente, para ver a expressão de seus rostos. Disseram que aquela escultura gerou uma composição poética que, por sua vez, originou uma música, que é  um ode ao amor.

Quando nos preparávamos para viajar, estávamos saindo da Capitania, onde fomos fazer os procedimentos de saída, nas proximidades da entrada do porto, quando entrava nele um caminhão de uma empresa de minha cidade, Farroupilha. Olha ele ali.

No dia que saímos de Puerto Montt, o sol apareceu. Fomos até outra marina, a Oxxean, para abastecer o Guga Buy. Telefonamos antes para saber se aceitavam cartões de crédito. Como a resposta foi positiva, lá fomos, de manhã cedinho. Chegando lá, chamamos por telefone o frentista para saber onde colocaríamos o barco para abastecer, quando o mesmo  informou que a máquina do cartão estava com problemas. Amarramos o barco e fomos lá pessoalmente. O frentista disse que poderíamos tentar passar o cartão antes de abastecer, para ver se passava. Ai eu entendi: queria ter certeza que o cartão suportaria a operação, antes de fornecer o combustível. A cautela tinha lógica. Passei o cartão numa importância suficiente para a quantidade de óleo que necessitávamos. Ai ele abasteceu. Abaixo, o frentista que já era amigão do Eduardo.

Como o sol é raro, ,os lobos marinhos aproveitam qualquer local para tomar sol. Este utilizou uma bóia, faceiro da vida.

Brindados com aquele dia maravilhoso, saimos para nossa principal meta desta parte da viagem: navegar pelos canais chilenos.