terça-feira, 31 de maio de 2011

FLORIANÓPOLIS (22/05/2011)

Dia 21 de maio, eu e o Eduardo embarcamos em Curaçao com destino a Florianópolis. O périplo foi: Curaçao, Aruba, Brasília, São Paulo e Florianópolis. Embarcamos às 21:00 horas e chegamos em Florianópolis às 13:30 horas do dia seguinte. Apesar da demora, por conta das paradas nos aeroportos para troca de aeronave, o vôo foi tranquilo. Nenhuma turbulência. Tão tranquilo que as  mulheres conseguiam retocar seus cílios e sua maquiagem, sem necessitar equilibrar os apetrechos maquiadores.
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Após quase um ano fora de casa, é  muito prazeroso retornar, rever a família (parte dela, pois meu filho estava comigo), dormir na cama de casa, receber o abraço carinhosoimage da neta,  rever os amigos, apreciar o visual de meu apartamento, ver os pescadores amadores jogando suas tarrafas para “safar” um peixinho, admirar dias outonais maravilhosos, transparentes, e sentir aquele friozinho gostoso.
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E, falando em rever amigos, no domingo seguinte à nossa chegada, uma amiga fez aniversário e nos convidou para sua festa, na Lagoa da Conceição, na qual estavam todos aqueles amigos e companheiros de administração do Iate Clube de Santa Catarina, Veleiros da Ilha, quando exercíamos cargo administrativo. Foi um reencontro extremamente agradável. 

Como em Florianópolis é época da safra da tainha, a aniversariante nos obsequiou com uma bela “tainhada”, com tainhas recheadas e ovas fritas deliciosas, tudo regado com ótimos vinhos. Tão bons os vinhos que rolou um pileque legal!

Como o motivo de meu retorno foi por problemas de saúde, já consultei meu médico, fiz os exames necessários e estou aguardando o resultado, para fazer o tratamento adequado, pois quero voltar para o Caribe “zerado” para melhor curtir aquelas belezas e atravessar o atlântico, rumo à Europa.

Mas, enquanto aguardo o tal tratamento, fico lendo os blogs dos amigos que atravessaram o atlântico e estão nos Açores: Travessura, Luthier, Pagé por aí... O relato deles dá uma vontade danada de voltar logo para Curaçao, pegar o Guga Buy e ir, correndo, para os Açores. Falam maravilhas daquelas ilhas. 

Mas, chegaremos lá!

sábado, 28 de maio de 2011

CARIBE – Antilhas Holandesas – Curaçao (16/05/2011)

"Este post, estou escrevendo em Florianópolis, onde chegamos dia 22 deste mês."
......
Ao chegarmos em Curaçao, entramos no lagoon chamado Spanish Water, onde existem locais pré determinados para ancorar e algumas marinas.
Já na entrada do estreito canal, vislumbra-se um portentoso e grande Hyat Hotel. Esse aí.image
Nestas andanças pelo Caribe, vimos muitas coisas interessantes, inusitadas. Olha outra aí. 
Sabe-se que, ao redor do mundo, muitas pessoas vivem em barcos, o que dá muita mobilidade, pois levam a casa junto, e têm a agradável sensação de ter uma enorme piscina à sua disposição.
Em Curaçao, vimos algo parecido. Uma casa flutuante. Até aí, nada de mais. Entretanto, o veleiro, que, normalmente, serve de morada aos navegantes normais, estava atracado ao lado da casa flutuante. Quer dizer: os moradores vivem embarcados na casa (será que morar  numa casa flutuante pode-se dizer que está embarcado?), mas ela não é móvel. Ao menos, não faz longas distâncias. A mobilidade se dá através do veleiro que nem necessita de trapiche (pier) para atracar. É amarrado na própria casa. É uma situação, realmente, inusitada! Mas, para quem gosta, é bastante confortável!
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Dia seguinte fomos  fazer a imigração, na localidade denominada Punda, que parece ser o centro da cidade. Após o procedimento na aduana (customs), fomos até a imigração e autoridade portuária, que situam-se na outra margem do canal que dá acesso ao porto, local chamado Otrobanda. Estava muito quente, por isso, antes, fomos tomar um refrigerante no Tijuana Café, que fica  numa das margens do canal e tem uma característica, digamos, refrescativa… Sua cobertura é composta por grandes toldos, semelhantes a  guarda-sois, os quais possuem bicos por onde são expelidos sprays d’água, que refrescam bastante o ambiente. É um ar condicionado diferente!
imageSentados no bar, tínhamos a visão do canal e de uma ponte que o atravessava, a Queen Emma Bridge. De repente, a tal ponte começou a andar inteira para o lado, fazendo um movimento elíptico em direção à outra margem.
As pontes que conhecemos e que dão passagem a embarcações, geralmente são levadiças. Esta ponte é completamente diferente. É  flutuante e, para dar passagem às embarcações, move-se completa para o lado, como uma balsa. É impulsionada por motores e presa, numa das margens, por um grande pino que permite seu giro. Numa das extremidade da ponte, há um mecanismo de comando, como numa embarcação normal, como se vê abaixo.
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Ponte se movendo.
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Ponte se movendo.
    
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Comando da ponte.
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Pino de sustentação e giro.
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Ponte voltando ao normal.

Após atravessarmos, vimos, exposta, uma pintura que dá uma visão melhor acerca do funcionamento da ponte. imageEsta não é a única ponte a atravesar o canal. Existe outra, de concreto, de grande altura para permitir a passagens de grandes navios.  É a Queen Juliana Bridge. Na margem que fica em Otrobanda, a ponte está assentada sobre corais.
imageCompletado o procedimento de imigração, retornamos para Punda e fomos almoçar num restaurante italiano,  localizado na parte central de uma praça e que ostentava uma bandeira brasileira. Indaguei o motivo da bandeira e uma garçonete explicou que é porque o restaurante é muito frequentado por brasileiros. Então, tá!
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Retornamos ao barco e fomos procurar uma marina para deixar o Guga Buy enquanto estivéssemos no Brasil. Optamos pela Seru Boca Marina, que fica no complexo Santa Barbara Plantation, uma área enorme, onde se situam o Hyat Hotel,  um campo de golfe de 18 buracos, condomínios de casas, etc… A marina é bastante protegida, tem segurança durante 24 horas e a baía é calma.
Quando nos dirigíamos para a marina, fomos ultrapassados por uma  prancha de surfe movida a motor. Já imaginaram prancha de surfe motorizada? É muita criatividade! E, andava em alta velocidade. É uma engenhoca diferente, que nunca tinhamos visto antes.
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Em outra marina, a Kima Kalki, também em Spanish Water, estava o veleiro brasileiro Kanaloa, de Torres e Eliza, os quais, como estão lá faz bastante tempo, nos deram muitas dicas importantes. E, na marina onde estávamos, haviam alguns velejadores morando nos respectivos barcos. Uma paulistana casada com um francês e um casal de franceses, que têm uma pousada em Luis Correia, no Piauí.
Para nos despedirmos, fizemos, no Guga Buy, um pernil de carneiro com arroz de brócolis, acompanhado por ótimos vinhos, inclusive um Chateauneuf du Pape, na boa companhia destes velejadores, bem como de Torres e  Eliza. Olha a turma aí na foto!
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No dia seguinte, embarcamos para o Brasil!

terça-feira, 24 de maio de 2011

CARIBE – Antilhas Holandesas – Bonaire (12/05/2011


Chegamos em Bonaire à noite. Tínhamos informação de que não era possível ancorar na ilha, somente se poderia utilizar as poitas que lá existem (US$10,00 por noite). Para chegar nas poitas, percorremos metade da ilha, passamos por um porto e, a todo momento, ouvíamos no rádio  chamados da Marinha da Venezuela, pedindo identificação de embarcações, através das posições que nominava. Estranhamos, pois lá é território holandês. Mas, pelas posições descritas pela Marinha, concluímos que estavam fora daquela região.  Mas a transmissão era potente!
Amarramos o Guga Buy numa poita, nesse local aí  e fomos dormir.
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Na manhã seguinte, fizemos o procedimento de imigração  e fomos conhecer a cidade de Kralendijk, a capital da ilha. É uma cidade pequena e, por ser fora de temporada, pouca gente nas ruas.
Essa ilha é frequentada, principalmente por mergulhadores. Suas águas são por demais transparentes. O Eduardo mergulhou e fez algumas fotos, numa profundidade de uns três ou quatro metros:
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Estas fotos foram tomadas  próximo à terra. Afastando-se cerca de cem metros da praia, a profundidade despenca para mais de 25 metros, mas a visibilidade continua quase igual. A ilha é, efetivamente, um paraíso para mergulhadores.
No domingo, após o Eduardo mergulhar, fomos dar a saída na imigração e, após, almoçamos no City Café. Era um restaurante holandês e, como naquele dia havia o final de futebol da liga holandesa, o City Café oferecia, para quem fosse lá assistir o jogo pela TV, o breakfast dos campeões, como demonstra o cartaz abaixo:
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Coisa de holandês: café, torrada e cerveja. E, pela alegria dos torcedores, foi muita cerveja.
Para almoçar, pedimos um prato típico holandês, composto de uma sopa de tomates, um croquete recheado sobre uma fatia de pão,  presunto e ovo frito sobre outra fatia de pão e uma saladinha. Tudo acompanhado por cerveja Polar, a deles, claro, não aquela feita no Rio Grande do Sul (que é  melhor)!
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No dia seguinte, de manhã cedo, tomamos o rumo de Curaçao. Sem vento, motor todo o tempo. No caminho, pela primeira vez no Caribe, tivemos a companhia de golfinhos.
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quarta-feira, 18 de maio de 2011

CARIBE – Ilhas Virgens Americanas – St. Croix (08/05/2011)

Saímos de manhã de St. Thomas para St. Croix, que é a última ilha das Ilhas Virgens Americanas, no sentido que seguíamos. Foram cerca de 50 milhas náuticas, com mar bom e ventos favoráveis. Chegamos por volta do meio-dia e ancoramos defronte a cidade de Christansted, onde só haviam poitas, mas estavam todas ocupadas. Lançamos âncora em local que não prejudicasse os demais barcos que lá estavam. Isto porque, a embarcação que está amarrada em poita tem um curso menor de giro, enquanto que, quando ancorado, libera-se bastante corrente e o giro é maior. Isto causou alguma preocupação num casal de idosos que morava num barco próximo ao local onde ancoramos, mas os tranqüilizamos, demonstrando que não haveria risco.
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 O local de ancoragem era protegido por uma linha de corais. Não protegia do vento, mas o mar ficava calmo.
Próximo onde estávamos, existe uma pequena ilha, na qual construíram um hotel. A praia da ilha era também pequena, mas muito simpática. Rolava um som o dia todo naquela praia.
Após almoçar, fomos dar uma passeio pela cidade. Como já terminou a temporada de turismo no Caribe, a cidade estava bastante deserta, poucas pessoas nas ruas, nos restaurantes e nas lojas. 

Um detalhe interessante na arquitetura local: a maioria das  calçadas ficavam sob os prédios. Eram estreitas, mas a proteção, em caso de chuva era total. Olha aí!
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O pessoal lá curte bastante o verde, pois há muita vegetação nas casas.
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A maioria dos restaurantes, ao menos nas ruas que passamos, ficavam na parte interna de galerias, como estes aí embaixo. Eram bastante aconchegantes!        image 






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Este é o Fort Frederick, que defendia a ilha nos tempos de antanho.
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Saímos com destino a Bonaire. Como já começava a escurecer, ao passarmos pela ponta oeste da ilha, resolvemos ancorar por ali e dormir, defronte a cidade de Fredericksted, que é a capital da ilha. A calma das águas daquela baía convidava a um bom sono.

Na manhã seguinte, zarpamos em direção a Bonaire, nas Antilhas Holandesas. Tínhamos cerca de 400 milhas pela frente, que fizemos em 62 horas.

No início, não havia vento. O mar parecia de azeite. Na madrugada seguinte, o tempo virou um capeta, com rajadas de mais de trinta nós e ondas altas. Esta capetagem durou cerca de um dia, Depois, amansou. Chegamos em Bonaire à noite, com mar e ventos bons.

Em outro post, falo sobre Bonaire.

domingo, 15 de maio de 2011

CARIBE – Ilhas Virgens Americanas - Carnaval (07/mai/2011)

Pessoal, estou atrasado na atualização do blog, por conta de uma inflamação num calcanhar. Já procurei ajuda médica, fiquei dez dias tomando antiinflamatório, o que diminuiu a dor,mas no fim disso, ela voltou. E dói p’ra caramba. Inclusive, vou deixar o Guga Buy em Curaçao e voar para o Brasil para tratar disso.
Mas, vamos que vamos…
Como disse no post anterior, em St. Thomas, dormimos nas proximidades de uma marina, onde tínhamos ido abastecer. Ancoramos ao lado de um barco naufragado, cujos destroços ainda afloram na água. image
Ancorado ao lado. da marina, estava um navio que transporta embarcaçõesimage menores, como lanchas e veleiros. Aqueles comandantes que não desejam navegar longa distâncias, enviam suas embarcações naquele navio. Geralmente, são europeus. E as embarcações são colocadas no navio com o respectivo berço. Pena que não podemos presenciar o embarque.

Naquela baía, onde ancoramos, chamou a atenção diversas embarcações, veleiros e lanchas danificados e abandonados nas margens. Provavelmente sofreram danos durante algum furacão.

Mas, neste dia 7 de maio, como disse também em post anterior, foi o encerramento do carnaval no Caribe. Então, desembarcamos para assistir o desfile, com dor no pé e tudo. Fomos à terra pelas 09:00 horas e o tal desfile começou aí pelas 10:00 horas.

Fecharam uma longa rua e as pessoas ficavam nas calçadas vendo os carnavalescos passar. A polícia sinalizava, ruidosamente, com suas sirenes, o início da passagem.
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Antes de iniciar o desfile, a esposa do governador da ilha passava, a pé, cumprimentando a todos e desejando um feliz carnaval. A seguir. imageo próprio governador, também caminhando, saudava e cumprimentava as pessoas que assistiam o desfile. O governador é este aí ao lado, acenando. Esta atitude dimensiona a importância que dão ao evento.

O desfile começou acanhado. Os primeiros blocos passavam marchando, como se fosse uma parada cívica. As garotas tinham até uma baqueta na mão. As mulatas – e eram muitas – não tinham nada da ginga das mulatas brasileiras.image Mas, no andar da carruagem, a coisa mudou, como mostro mais adiante.image

Vários carros conversíveis desfilaram, levando garotas, cada uma miss, rainha ou princesa de alguma coisa, que saudavam os presentes abanando as mãos.
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Apareceu cada figura,image como esta mulher com estranhos óculos (bem, era carnaval, né?). E este personagem aí embaixo (parecia ser auxiliar do cinegrafista), que levava uma câmera fotográfica na cabeça. Mas, não era fantasia.image

Por volta do meio dia, não agüentei a dor no pé e voltamos para o barco para almoçar. À tarde, eu fiquei de “molho” e o Eduardo voltou para assistir ao restante do desfile e fotografar. A partir do relato dele é que adicionei o que vai abaixo.

O desfile foi extenso. Lá pelas tantas, começaram a aparecer blocos mais elaborados, com mais cara de carnaval, como este dos anjos…
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,,,o das gordinhas...
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…o da tribo zulu…
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…e o dos pernas de pau.
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Atrás de cada bloco, havia um carro-restaurante que servia comida e bebida aos participantes daquele bloco. Isto é perfeccionismo e respeito àqueles que desfilavam e suavam às bicas, pois estava muito quente..image

O saudosismo se apresentou no Bloco dos Anos 60image, com músicas da época.image

Pássaros do paraíso desengaiolados e muitas plumas.image  image

O Clovis Bornay deles.
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Não sei se por consideração pelo nosso carnaval,  mas o Brasil estava presente em algumas fantasias
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E o encerramento apoteótico foi à noite, com um espetáculo de fogos de artifício, com cerca de trinta minutos de queima.image image

Tivemos a sorte de, sem qualquer planejamento, estar naquela ilha naquele dia, quando o evento aconteceu. Enfim, esta festa é importante para o Caribe, porque acontece em quase todas as suas ilhas, há visível preocupação na elaboração das fantasias e na apresentação, além do que o desfile é aberto pela autoridade máxima da ilha, o governador, o que, como disse, dimensiona a importância para eles. 

Amanhã cedo zarpamos em direção à última ilha das Ilhas Virgens Americanas, St. Croix.